/Depoimentos sobre os efeitos da conversação de Muxarabi

Leny Mrech: 

Para mim a Conversação de Muxarabi, sob a coordenação do Dr. Jorge Forbes, foi um momento maior do IPLA. Uma construção coletiva onde o discurso analítico imperou. Onde cada um dos participantes colocou um pouco de si, com as suas questões e a sua implicação.

Márlio Vilela Nunes: 

Eu vim a esse encontro para discutir Os Efeitos Rápidos da Psicanálise. E foi interessante ver que a idéia de discutir esse tema causava certo “pé-atrás” porque isso sempre foi da medicina; é um objetivo médico. Ao participar das discussões e ouvir os casos clínicos, me chamou a atenção os casos apresentados por Benedita e Liège, por não se tratarem nem de efeito rápido, nem terapêutico. E não é isso que vai sustentar a psicanálise. A novidade da psicanálise não é porque é “curta” e nem porque é terapêutica. Essa é uma diferença em relação à medicina. A psicanálise não é para adequar e ser mais uma terapia. Ela traz uma proposta para o mundo. A psicanálise é uma novidade e é revolucionária. Vai além do terapêutico e além do rápido.

Beth Almeida: 

Tenho um caso de amor com a psicanálise.
E como em todos os casos de amor que a gente vive, reservo à psicanálise um pedaço grande de mim, um bom pedaço. E ela me habita assim, amorosamente. Introduzo o que foi para mim a conversação de Muxarabi. Uma visita feita ao meu coração. Teve efeitos rápidos, me deixando mais apaixonada ainda, efeitos fortes, produzindo impacto “de formação”, efeitos a serem elaborados ao longo do tempo, em ocasiões como esta, por exemplo, onde posso escrever sobre a conversação.
A experiência da construção de um saber a mais, que se dá numa conversação, e que se deu ali, é ímpar. Ela toca direto naquilo que considero essencial num encontro. Uma marca que transforma. Não sou mais a de antes.
O estreitamento dos laços que uma conversação proporciona e que ali aconteceu é algo que prezo muito. São estes laços que tornam a experiência com a psicanálise uma experiência prazerosa. São eles que acolhem a dureza daquilo com a qual lidamos.
Finalmente, a experiência pessoal de trabalhar ativamente, ligada nos 220, provocada pelo trabalho muito singular e especial de Jorge Forbes… Haja coração!!!!!

Teresa Genesini: 

A conversação de Muxarabi foi um marco em minha vida.
Três dias de Conversação: intensidade, diversidade, singularidade. Foi minha primeira participação numa conversação. Éramos cerca de trinta pessoas sob a regência de Jorge Forbes. Suportar a presença do outro e se entrelaçar no laço social da psicanálise. Um trabalho analítico. Foi muita emoção. Ao deixar Muxarabi no domingo à tarde, já não era a mesma pessoa que havia ali chegado. Um efeito rápido. Um ciclo analítico que marcou.