/Da palavra ao gesto do analista

Jorge Zahar Editor, 1999. Pela Coleção Campo Freudiano no Brasil.

São doze lições, fruto de um seminário pronunciado na Escola Brasileira de Psicanálise de São Paulo, no qual o autor demonstra como o analista opera na clínica, da palavra ao gesto, do significante ao objeto causa de desejo, do prazer ao gozo que excede a palavra interpretante.

Da mesma forma que para Vinícius a mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, para Lacan a palavra do analisando tem que ter qualquer coisa além do sentido.

Uma análise deve retificar as relações do sujeito com seu gozo; para isso é necessária uma maneira de captar esse gozo que excede a palavra interpretante. Jorge Forbes traça um paralelo entre a posição do analista, nesses momentos, e o ator estudado por Diderot no “Paradoxo sobre o Comediante”. Entre ambos, algo em comum: o excesso como forma de assinalamento da verdade.

É igualmente o excesso, aqui estudado, que está na base do ridículo tão temido pelos amantes. Analisar também seria poder se responsabilizar pelo ridículo presente em todo amor. É a responsabilidade e o risco que livram a pessoa de seus remorsos culposos.

(texto baseado na apresentação do livro, na edição de Jorge Zahar)