mini entrevista de Gilson Schwartz para Ariel Bogochvol, em 27/8/2008
Da conversa que tive com o Gilson ontem à noite, extraio dois pontos:
Produtos do capitalismo avançado, proliferam e se difundem na sociedade do espetáculo, hiperconsumista, por uma rede de mídias. Há uma economia organizada para produzir, circular, consumir, lucrar com os ícones. São objetos de consumo, do desejo, capazes de promover um plus econômico e de satisfação. Condensam propriedades imaginárias simbólicas e reais.
Cabe a Iconomia estudar não somente o ícone em si, mas também sua produção, circulação, destinos, efeitos econômicos, intersubjetivos e subjetivos.
Tem esta propriedade de capturá-lo, de siderá-lo por um tempo. Até o próximo. Ele paga para usufruir da satisfação que o ícone promete. É sua vertente econômica, libidinal. A rede parece organizada em torno deste objeto mas, no fundo, se organiza em torno de um buraco. Atrás do objeto há um buraco – a falta de objeto, a falta do objeto que produziria a satisfação – que movimenta incessantemente a rede. É a ‘causa’ da rede e para onde ela se dirige. O ícone aproxima-se do objeto a lacaniano, objeto do desejo, causa do desejo e mais de gozar.
Prossseguiremos a conversa na Domingueira
Ariel Bogochvol