por Márlio Nunes
Uma reportagem da revista Veja de 30 de março de 2005 mostrou que jogadores brasileiros negros têm recebido de manifestações de racismo por parte da torcida em alguns países europeus sendo xingados de macacos ou sendo alvo do lançamento da bananas. Esses jogadores reagiram de forma nervosa, tiveram o desempenho em campo prejudicado e indignados estão participando de campanhas contra o racismo no futebol patrocinadas por uma grande indústria de material esportivo. Em outra mídia um jogador chegou a afirmar que não deveria ser chamado de macaco pois nem era negro e sim mulato.
Em carta enviada e publicada parcialmente pela revista Veja em seu último número coloquei uma opinião contrária a essa reação. Nessa hora nossos jogadores deveriam lembrar que são brasileiros e não europeus ou americanos. Deveriam agir com mais humor, de acordo a característica brasileira de não levar nada a sério, de “tirar sarro” até mesmo de si. Melhor fariam se fundassem a irmandade dos jogadores símios, aparecessem em revistas fantasiados de macaco ou comemorassem cada gol imitando um chimpanzé. Aposto que em pouco tempo as provocações desapareceriam. Vestir a máscara mostra que o racismo é isto, uma farsa. Apresentar-se ofendido, indignado, vitimado, coloca o racismo em outro lugar que é o de uma verdade. A falta de seriedade brasileira seria o melhor remédio.