Jorge Forbes
A solidão dos executivos, em especial aqueles em posição de liderança, não é sempre um problema, como pode parecer. Ela deve ser abordada por, ao menos, três aspectos : a solidão desejada, a solidão exibida e a solidão sofrida. As duas primeiras são mais fáceis de serem compreendidas.
a) Solidão produtiva
É a solidão que vive o líder do tempo da globalização, que sabe que qualquer conclusão é precipitada. Quem quiser esperar o conhecimento completo de todas as premissas, para só depois concluir, está fadado a nadar no pântano da indecisão. O mundo globalizado é um mundo incompleto, que não responde a nenhum padrão universal. O líder é confrontado à necessidade do risco e da aposta, e o que diferencia o grande do pequeno líder é o talento, a coragem, a ousadia e a criatividade.
B) Solidão improdutiva
É aquela que, causada pelos mesmos motivos da anterior, paralisa aquele que deveria ousar e, no entanto, se acovarda. É a este capítulo que pertencem os estressados, pois o estressado é quem cronifica a angústia pelo temor do ato.
(Publicado na Gazeta Mercantil – 5 de junho de 2001).